quarta-feira, 30 de maio de 2012

Por que não há insectos no mar aberto?

Apesar do sucesso em terra firme, os insectos não conseguiram se estabelecer nos oceanos, alguns cientistas defendem que a razão pela qual os insectos são tão raros nos oceanos é um único obstáculo; o Cálcio.


Após pesquisa sobre os insectos marinhos pude perceber que os insectos não podem viver todo o tempo de suas vidas submersos no mar, ou seja; ao contrário dos moluscos, artrópodes e outros animais cujos representantes podem ser encontrados tanto no mar como na terra, não existe nenhum insecto que viva submerso no mar aberto por todo seu ciclo de vida.


Daí a definição de insecto marinho ter duas versões:

  • Cheng (1976) define como “insetos marinhos” aqueles insetos que vivem sob influência do mar.
  • Doyen (1976), considera marinhas apenas as espécies que ficam submersas em marés altas.
Esta segunda definição perde aceitação depois de ter ficado provado que nenhum insecto passa a vida toda submerso em marés altas.

Alguns autores consideram a inexistência de insectos no mar aberto uma falha ou fracasso por parte dos insectos e outros consideram ainda que é apenas uma questão de tempo até os insectos dominarem o mar á semelhança da terra, para explicar esse "fracasso" surgiram algumas  teorias:

  • Para que um insecto pudesse ocupar o ambiente marinho, necessitaria passar por diferentes obstáculos físicos, químicos e biológicos mas todos. Uma das barreiras existentes é a energia das correntes, marés e ondas. Entretanto, estas não parecem ser limitantes para a ocupação dos insectos, uma vez que há insectos habitando ambientes de forte energia, como rios com cascatas onde a energia mecânica é mais alta que nos oceanos (Buxton, 1926).

  • Pruthi (1932) colocou que a causa da não ocupação dos oceanos por insectos poderia ser a baixa concentração de cálcio encontrada nos oceanos. Ele argumentou que muitos insetos vivem em ambientes com salinidade igual ou até muitas vezes superior à marinha, indicando não ser a alta salinidade a barreira para a ocupação. Entre o outono de 1930 e abril de 1931, Pruthi encontrou diversos insectos, entre eles hidrofilídeos e larvas de dípteros, ocupando águas salobras com salinidade 2 a 5 vezes superiores à marinha em Salt Range, Punjab, Índia. Em uma comparação química entre a água de Salt Range e de diferentes oceanos do mundo, ele encontrou como principal diferença entre as duas a baixa concentração de cálcio existente nos oceanos. 

  • Essa hipótese foi contestada por Thorpe (1932), uma vez que ele encontrou várias espécies de Coleoptera (Dytiscidae e Hydrophilidae), Hemiptera (Corixidae) e Diptera em águas com igual ou superior salinidade que a marinha, mas com concentrações de cálcio inferiores àquelas usualmente encontradas no mar. Além disso, ele cita o Mar Cáspio como um exemplo de salinidade baixa e elevada concentração de cálcio, sem a ocorrência de insetos.

  • Por último, Usinger (1957) sugeriu que o grande sucesso dos crustáceos no ambiente marinho pudesse ter limitado a invasão dos insetos devido à competição e à predação. 

Actualmente

  • Um dos motivos dos insectos nunca terem voltado ao mar deve ser alguma limitação fisiológica, uma delas é o seu sistema respiratório, baseado em canais espalhados pelo corpo do animais pelo qual o ar entra. Este sistema não permite aos insectos viverem em profundidades muito altas, uma vez que eles necessitam do oxigênio do ar. Porém existem insetos de água doce que possuem estratégias próprias de sobrevivência que poderiam ser aplicados no ambiente marinho.
  • Uma outra razão para os insetos nunca terem invadido os mares são que dois de seus triunfos: o vôo e a polinização, não funcionam no mar. O vôo, por motivos óbvios. A polinização por que não há plantas com flores no mar. A ausência de flores no mar, cuja associação com os insetos explica o sucesso evolutivo de ambos grupos, explicaria a ausência de insetos marinhos.
  • Uma última razão para a inexistência de insetos é a ação de predadores. Grupos que evoluíram simultâneamente com os predadores, como os crustáceos e aracnídeos, teriam estratégias para evitar a predação enquanto insetos, recém chegados ao ambiente seriam extinguidos rapidamente.

Portanto após tantas teorias algumas interessantes, outras nem tanto, estive eu a pensar e fiz-me a seguinte pergunta:
  • Será que o facto de insectos não estarem presentes no mar, pode ou deve ser considerado um fracasso? 
Então vejamos:
  • Todos seres vivos tiveram origem na água, certo? Se os insectos tiveram origem na água e separaram-se de seus parentes próximos os artrópodes, e vieram tentar a sorte na terra foi certamente porque o ambiente marinho não lhes favorecia (talvés por competição, predação, falta de recursos ou condições) o que obrigou-lhes a abandonar o mar e se adaptar á terra, algo que fizeram com excelência já agora, evoluiram simbióticamente com as plantas e tornaram-se os animais mais bem sucedidos do planeta é a isso que chamamos fracasso?
  • Agora olhemos para diversidade e comparemos com os seus parentes mais próximos que habitam o mar (crustáceos e alguns quelicerados), os insectos habitam quse todos ecossistemas terrestres inclusivé as praias e rios, possuem dos mais variados hábitos alimentares senão todos, existem voadores, nadadores, rastejantes, andadores, enquanto que seus parentes mais próximos (crustáceos e alguns quelicerados) que são na maioria detritívoros, nadadores ou andadores, muito poucos terrestres é isso a que se chama fracasso?
  • Os outros artrópodes marinhos em termos de evolução não são o melhor exemplo; sabia que o carangueijo ferradura ( mais próximo dos escorpiões e aranhas do que dos carangueijos)  é um dos fósseis vivos e assim como alguns artrópodes ainda mantém modos de vida "rudimentares" será que a saída dos insectos do mar foi um fracasso?
Por fim cheguei a conclusão que a ausência de insectos no mar não pode ser considerada um fracasso mas sim, deve ser tão celebrada como a saída das algas do mar para colonizar a terra, a ausência destes insectos no mar é um dos maiores feitos da adaptação e evolução na terra pois esses insectos estão em tudo desde a polinização á reciclagem e remediação dos desaires dos humanos, portanto alguns autores consideram que é só uma questão de tempo até os insectos ocuparem os oceanos... será? 
Porque o insectos irião ocupar o mar se estão tão bem instalados cá na terra? Eu acho pouco provável que isso aconteça, seria preciso que a terra sofresse duras e sérias mudanças que obrigassem os insectos a se mudarem para o mar (talvés um agravamento do aquecimento global, extinção das plantas, com tantos abates quem sabe?), porque até os humanos que estão bem servidos na terra ainda não pensaram em se mudar para o mar (excepto chineses, que até preferem vir á Moçambique que ir ao mar),

Então porque os insectos irião servir nos oceanos ao invés de reinarem na terra?


Por:
Celso Inácio Voador Sardinha

O professor

O professor é um aliado natural dos operários e dos camponeses, com decisão e militância, pois a vitória sorrirá...